Diário da Corona – 20/03/2020

“Estamos todos no mesmo barco”

Sempre gostei dessa frase. Mas nunca, nunca d’antes vista na História de nosso judiado  planeta, ela foi tão real. Literalmente, todos estão sendo afetados pelo mesmo Problema, e suas crias. Várias crias por sinal. Umas monstruosas, tipo falta de dinheiro para comprar comida. Na real, sempre faltou pra muita gente. Mas agora vai faltar mais ainda.

Outro problema que escutei hoje. Várias motos e carros estão em oficinas e concessionárias para reparo. Vai ficar sem.

Vão aparecer muitos. Vou elencando aqui nos próximos dias.

Mas é isso. Todos vão sofrer as consequências. Todos estão passando por incertezas. Todos estão preocupados. Nunca foi assim. Esse momento é sem precedentes na História. Depois de décadas de uma relativa estabilidade nunca d’antes vista nos nossos anais, vamos levar um gancho de direita, vamos se agarrar nas cordas, mas vamos reagir. Sempre foi assim. Vitória, meus amigos. Se cuidem e cuidem dos seus.

Abraço forte pré-corona para vocês.

Aniversariante do dia

Vivian Amorim

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Não me lembrava dela. Mas agora lembrei. É isso o que falta na minha quarentena!

Com essa mulé e um saco de bolacha, eu passo um mês!

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Música do dia

Vídeo Motivacional do dia

Assuma a responsabilidade!

 

Filme do dia

Os Intocáveis

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Diário da Corona – 19/03/2020

Estou escrevendo esse post com um dia de atraso. Cansado demais ontem a noite. Fui ao Extra fazer compras para minha mãe. Apesar de ficar uns 40 minutos na fila, não havia tantas pessoas nos corredores. Peguei uma caixa não muito sociável. Principalmente após eu pedir a ela que usasse o álcool em gel.

Aqui não tem. Já pegando o primeiro produto, uma água sanitária não-kiboa.

Mas eu trouxe. Usa aqui. Falei e já fiz o movimento para pingar um cadinho na mão dela. De birra, ainda botou a mão em mais 2 unidades de produto antes de ter seu mecanismo manual esterilizado pelo perseguido e esbravejou.

Você acha que ninguém pegou nesses produtos? Não respondi. Apenas pensei uma resposta atravessada. Fiquei quieto. Todos estamos passando pelos nossos processos agora. Temos que ter empatia. Mas pode ser um indício de como as coisas podem se direcionar. Tomara que não.

Mas antes dessa aventura (hoje em dia, ir ao supermercado é uma aventura sim – inclusive uma que pode ter um final muito triste), essa quinta-feira tinha sido um dia especial. Sei que é vergonhoso, mas vou me abrir. Fiz o primeiro macarrão (não miojo) da minha vida. Pqp. 37, quase 18. Mas é isso. Fiz. Também fiz batata cozida na manteiga. Também fritei ovo. Minha especialidade. Papai (meu pequeno) comeu tudo. E gostou. Santo queijo ralado. Ingrediente essencial da minha receita. Delícia, mano — pero no mucho.

Também fiz minha primeira reunião em home office. Até que fluiu bem. É até mais interessante. Polo, berma e chinelo. Copo da Brahma da Copa 2014 — com água. Gosto do meu trabalho. Só não gosto da bosta do notebook. Iria até comprar um agora. Mas não é o momento. Não sabemos como serão os dias futuros. Na real, nunca soubemos, mas agora, menos ainda. Melhor economizar.

Mas estou impressionado. Estou saindo da inércia bem característica do meu ser. A última vez que havia feito várias coisas novas no mesmo dia foi no Corso em Teresina, em fevereiro do ano passado. Dei tiro de PT, peguei uma mina com uma criança no colo (no dela, não no meu). Tem mais uma, mas é pior do que as outras duas juntas. Se me perguntar, respondo no privado. Prometo.

Aniversariante do dia

Bruce Willis

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Ele se sacrificou para a Terra ser salva. Valeu, mano!! Do it again, please!

Música do dia

Homenagem aos cariocas e soteropolitanos que estão fazendo quarentena na praia.

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Diário da Corona – 18/03/2020

Hoje é um dia interessante. Depois de quase três anos, voltei a escrever. Tipo, claro que escrevi nesse tempo, mas não nesse formato. Apenas textos formais de trabalho ou posts despretensiosos em redes sociais no intuito de massagear o meu ego. Passei a não ter tanta inspiração. Meu filho veio e parece que as musas que sopravam ideias na minha cabeça foram embora. Talvez elas não gostaram do choro dele. Ou então, do meu empenho familiar. Só sei que foram e não deixaram nem telefone. E como nunca havia sentado a bunda na cadeira para escrever sem inspiração, deixei de mão.

Depois de 2 anos, voltei a correr. Parei devido ao ego. Sempre ele. Estava muito magrelo (tipo Quênia) e solteiro não dá. Larguei então a 3ª coisa que mais gostava de fazer, para fortalecer a 2ª.

Mas certas acontecem na nossa vida para dar uma sacolejada. E agora estamos vivendo algo que está alterando a vida de todo mundo. Se não for com um evento desse, quando é que eu voltaria a escrever? Nunca mais! Esse é o evento mais importante desde a 2ª Guerra Mundial. Infelizmente de forma negativa também. Alguns irão morrer e todos irão sofrer. Pela morte de alguéns, ou pelas terríveis consequência econômicas que estão por vir. Dias difíceis virão. Muitos difíceis. E quando passar, o mundo não será mais o mesmo. Mas a humanidade passará por mais esse teste.

Não é o primeiro, nem será o último. Na real, vivemos uma explosão de qualidade de vida significativa após a treta que citei anteriormente. Qualidade de vida (e, para muitos, uma grande estabilidade social e econômica) nunca antes vista na história da humanidade. O padrão de milhões de anos é a instabilidade e a incerteza. É o frio e a fome. A insegurança e o medo. Matar para não morrer.

Evoluímos. Claro que não de maneira uniforme porém evoluímos. Mas aí veio o Corona. No começo, uma ameaça distante, oriunda da difamada China. Foi se alastrando aos poucos e bateu na nossa porta.

Pronto, me achou!

Alguns fingem que não ouvem. Outros abrem a porta e chamam para entrar.

Aniversariante do dia

Giovanna Antonelli!

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Parabéns gatona!! Are Baba! Salamaleiko!!

Música do dia

 

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Programa de índio

O clamor popular pediu, os jornalistas suplicaram, e Rodrigo Caio atendeu. Finalmente um jogador brasileiro assumiu a culpa de uma jogada para o juiz. Reconheceu que foi um fogo amigo oriundo de sua chuteira que quase arrancou a perna de Renan Ribeiro (pois foi assim que imaginei – ou não -, ao assistir a reação shakesperiana do guarda-redes), inocentando assim o antes culpado e agraciado por uma tarjeta amarela, Jô, o nômade.

O árbitro, então, revogou o seu ato discricionário da aplicação de advertência, o que arrancou aplausos de Jô, o reserva de Fred.

Gostei da ação de Rodrigo Caio. Fez aquilo o que ensinamos aos nossos filhos. Assuma seus atos, não minta, não seja um hipócrita, respeite os outros, não os passe para trás. Tudo aquilo que o futebol não faz. Dentro e fora das 4 linhas.

Este tipo de ação é corriqueira fora da América Latina. Temos vários exemplos, mas por estas bandas é artigo raro.

Mas a autodelação não foi premiada. Pelo contrário, arrancou críticas de dentro do próprio vestiário, sobretudo da chefia imediata e de Maicon, o seu parceiro de estripulias dentro da grande área tricolor.

Maicon chegou a falar que preferiria ver a mãe do adversário chorando do que a sua, para justificar a sua crítica ao companheiro.

Ele ganha 250 mil por mês e apresenta um futebol bem mediano. Para não falar medíocre. Sua mãe vai chorar por causa de uma semi-final perdida? Maicon é natural de Barretos-SP, local onde a renda per capita  da população beira os 1.000 reais (dados de 2010). Sua mãe não vai chorar por isso. Garanto-lhe. Você já é um vencedor na vida.

Mas, beleza. Não quero execrá-lo por uma besteira regurgitada. Com certeza é um discurso pronto proferido por cartolas e empresários.

Cartolas. Esses caras ainda vão acabar com o futebol. Olha só o que fizeram com o campeonato carioca. O Vasco vence a Taça Rio e fica de fora da final. E o pior, tem torcedor de outros times cariocas que vêm graça nisso. É a comemoração da mediocridade!! Eu comemoro porque o meu rival ficou de fora da final, mesmo merecendo. Na real, está todo mundo no mesmo barco à deriva, fazendo festa quando alguém se engasga com água salgada misturada a urina de rato.

Calendário desprezível, onde clubes grandes gastam quatro meses em torneios que servem apenas para satisfazer os vassalos dos presidentes da federação e para iludir os torcedores para a Série A. Time grande tem que jogar contra time grande. Ponto. Se eu jogo muito com pequeno, a tendência é eu virar pequeno também.

Isso sem falar na hipocrisia que impera nas reclamações contra a arbitragem. Se eu acho que me prejudicou, boto um ovo. Se me favoreceu, o silêncio impera.

Falência da moral, falência de organização, falência de qualidade. Só não parei de acompanhar esse esporte porque a paixão ainda existe. Mas já foi muito maior. Eu estou sendo convencido que isto realmente é uma grande perda de tempo.

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

Após a enxurrada de ofertas de candidatos a terceirizados que recebi ontem (24/3), percebi que não disponho de reserva monetária para tantas contratações. Por isso, em troca, oferecerei alguns mini cursos como pagamento pelos serviços prestados. Segue a lista:

1. Como não mudar de opinião após a troca de inquilino do Planalto;
2. Como se comportar sob custódia policial em carnavais/festas populares em MG, BA e GO para não pernoitar nas pousadas da corporação;
3. De Mozart a Psirico – Música boa não precisa ser de qualidade;
4. Filhos do Tinder – A influência das redes sociais no crescimento demográfico brasileiro;
5. Fascismo – Aprenda o real significado do termo e não passe vergonha nas manifestações marcadas para dia útil;
6. Xingando elegantemente no trânsito;
7. Compondo músicas para bebês.

 

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Despedida

Nesse fim de semana mais um amigo partiu. Em um ano é mais um que parte fazendo uma das coisas que mais gostava, andando de moto.

Curioso. Ela não deixa de ser uma ferramenta que serve para abreviar o tempo dispendido para ligar dois pontos. Contudo, sua periculosidade vem abreviando vidas desde a sua concepção. Abreviando os momentos dispendidos com aqueles que amamos.
Abreviando o tempo curtido entre dois pontos.

O trânsito, de longe, é a forma que mais abrevia os contatos que tenho com aqueles que aprecio. Tá tipo 7 a 1. Aquilo que foi se desenvolvendo no intuito de facilitar o dia a dia, transforma-se em sofrimento devido a apenas uma distração, uma inconsequência, ou até mesmo uma fatal coincidência.

Fatalidade esta que por muitas vezes vem do outro, daquele que desconhecemos, mas que faz parte, assim como nós, da organicidade do trânsito. Estamos vulneráveis ao erro dos outros, assim como o contrário.

Mas a moto vai além disso. Ela não serve apenas para ligar dois pontos. O simples fato de você andar já é uma viagem. Você, muitas vezes, a pilota apenas pelo prazer de dirigir.

Isso tudo me deixa muito reflexivo. Também ando de moto. Diariamente. Também tenho filho. Dois. Uma mulher que amo demais. Pais e família maravilhosos, pelos quais nutro um sentimento de admiração e gratidão. E é recíproco. Se por ventura acontecesse algo, eu iria sim fazer falta. Assim como Celso está fazendo. Assim como Luizinho está fazendo.

Não tenho muita opção. Preciso da moto. Agilidade e economia. Moro em Sobradinho e frequento assiduamente a subida do Colorado. Geralmente percorro o trecho 2 vezes ao dia. Padrão. Porém tem dias que são 4, chegando a 6 vezes. Trânsito agarrado é mato. Preciso chegar aos meus destinos.

Todo esse contexto se agrava ainda com mal educação e a inconsciência do motorista brasileiro. Ultrapassagens pelo acostamento, falta de cortesia (este cidadão muitas vezes se indigna quando não são corteses com ele), uso de smartphone. Esse é um problema muito grave atualmente. Chego a dizer que tão grave quanto o álcool. E está generalizado nos dias de hoje. Diariamente flagro uns cinco motoristas fazendo barbeiragem, atrapalhando a fluidez do trânsito, colocando vidas em jogo, ao mexer na merda do seu celular. Pare, por favor. Eu sei que você faz isso.

Reconheço que não estava tendo muito contato atualmente com o Celso. Amigo da época do segundo grau, logo me chamou atenção pela sagacidade e presença. Não passava nunca despercebido. Entregava-se muito ao que fazia. Sempre o admirei muito por isso.

Ainda mais agora, defensor ativo da preservação dos recursos hídricos e das matas necessárias para esses. Mobilizou boa parte da comunidade nessa missão. O atual estado da quebra da 13 é consequência direta do seu empenho. O leito do lago está menos sujo devido aos seus esforços.

Porque, na moral, esta é a batalha mais importante de todas. Nada é mais importante do que a água. E a forma com que nós lidamos com ela é muito irresponsável. Ainda mais no Brasil, lugar onde não sabemos lidar com os recursos. Principalmente quando eles são abundantes.

Por enquanto. Semana passada já racionamento aqui..

Celso, o teu legado é muito importante. Brasília tem muito a lhe agradecer. Você fez a diferença aqui.

Que a sua partida sirva para que as pessoas olhem mais atentamente para as questões do trânsito e da água.

Quero deixar meus melhores sentimentos à família. Infelizmente não poderei ir ao velório, pois estarei cuidando do meu pequeno, Lucas, nome dado em homenagem ao meu irmão da vida que faleceu há alguns anos devido a um acidente também. Ele também fazia a diferença. Luizinho fazia a diferença. Gabriel Rascunho e Paulo faziam a diferença. Todos tiveram as suas presenças aqui abreviadas pelo trânsito.

Dizem que a morte é apenas a diferença entre você estar aqui e não estar mais. Então, nenhum de vocês morreram, porque todos estão dentro de mim.

Grande abraço para todos aqueles que estão sofrendo com a sua partida.

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A faixa da esquerda

Faixa da esquerda, porque tantos teimam em flutuar sobre o teu dorso? Percorrê-la não é um problema em si, principalmente quando se está sozinho na via. Porém, esse tipo de situação flerta com o impossível. O trânsito é orgânico, somos como hemácias em vasos de diversos tamanhos, e, por isso, alguns preceitos devem ser observados. Devemos doar segundos em prol do coletivo, em prol da fluidez.

Deixá-la respirar é saudável, os carros fluem, os xingamentos abortados na sua origem.

Em alguns lugares, acariciá-la com borrachas negras, apenas em ultrapassagens. Nas bandas de cá, menos xiita, podemos fazê-lo ao bel prazer, contudo devemos ceder a passagem para os iguais mais apressados. Lembre-se disso. Iguais. Hemácias.

Mas justamente aí o problema acontece.

Alguns mudam de faixa antes que os faróis brancos alheios possam beliscar seus glúteos torneados. Estrelinha na agenda para eles.

Outros, dispersos ou entretidos em seus (not so)smartphones, alheios aos outros (nem sabe que eles existem), alheios ao bom senso da convivência em comunidade, continuam seu trajeto inconsciente sobre você. Este ato retarda toda a fluência desejada. Fluência esta que és música sussurrada em teus ouvidos.

A discórdia então é semeada.

Palavras impróprias são proferidas, mães puras e trabalhadoras se tornam meretrizes e destruidoras de lares em questões de instantes. Apenas devido a ausência de mudança do rumo do leme três graus à direita.

Rai du mei, carai!

Esse segundo grupo então se divide em dois. Aqueles que percebem o erro e mudam de faixa. Abandonando-te, claro. Mas por uma ótima razão. E outros, que, inflados pelo ego, seguram mais forte o volante, olham de relance para o retrovisor, cerram os olhos e e continuam sobre ti.

Essa é a pior raça. Já fui um deles algumas vezes, reconheço. Mas me desfiliei. Alguns ainda aceleram quando tentam passá-los utilizando tuas vizinhas orientais.

Fi di corno!

O puta-que-pariu é agarrado. Mulheres brigam com os maridos. Você é louco!! O caçula fica com medo. O pássaro de ferro dá uma piscada.

Tudo por causa do ego. Ou por babaquice mesmo.

Mas na verdade, perseguida faixa, você é mais do que uma convenção de trânsito. Em cima de você, as pessoas mostram certos traços de sua personalidade. As suas formas de se relacionarem, as suas formas de perceberem e interagirem com o próximo, com a coletividade.

O que as pessoas fazem sobre você, elas fazem também nos relacionamentos. Alguns estão impedindo alguém de passar, de desenvolver-se, de ir mais longe, de sair fora.

Pura metáfora da vida real.

 

 

 

 

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Meow

Em Brasília, possuímos dois zoológicos. Um fica perto da Candangolândia. O outro era presidido pela Celina Leão.

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White walkers

Sempre possui uma relação tensa com o escuro, essa entidade. Ele tem vida própria. Tem os seus humores. Além disso, nele povoam vários seres. Do mal. Todos. Antigamente era essa a minha certeza.

A minha relação com ele foi o maior dos meus problemas na infância. Psicólogos ganharam dinheiro em cima de mim. Apenas devido ao escuro. No restante, eu era super bem-resolvido. Tirando a hora do almoço. Nessa hora, o bicho pegava também. Mas de outra forma.

No escuro eu sempre via fantasmas, ETs, uma velha bruxa que uma vez me afugentou do seu apartamento que estávamos atazanando durante uma festa infantil, etc.

Tinha medo do Homem-Elefante. Tinha tanto medo dele que nem passava direito pelo corredor em que se localizava a fita VHS na locadora do meu avô. Mas o pior de todos, era o medo que eu tinha do protagonista de um filme chamado Marcas do Destino. Também deformado como o Homem-Elefante, apenas a simples menção ao filme me dava suadeira. Devido a isso, toda vez que uma propaganda da sessão da tarde passava, um descarrego de adrenalina passava pelo o meu corpo. Assim como as vinhetas do Corujão e do Supercine. Era quase uma fobia de vinhetas. Cheguei ao ponto de ver a programação semanal da Globo para saber se esses filmes iriam passar ou não. Se fossem passar, não assistia a nenhuma propaganda naquela semana.

Do Plantão da Globo eu não tinha medo. Aquilo me gerava uma expectativa até positiva. Confesso que, lá no fundo, se não fosse uma morte de alguém famoso ou um grande desastre, eu ficava decepcionado.

Me perdoe, ó Pai.

Outra coisa que me metia medo pra caralho era a porra do Fantástico. Nele, às vezes, havia um quadro sobre fatos sobrenaturais. A simples chamada dessa porra de quadro era o suficiente para abalar o meu sono por dez dias.

Na verdade, só conseguia dormir pois me escondia embaixo dos meus cobertores. Apenas o meu nariz ficava de fora. Utilizei ao meu favor essa “pequena” desproporcionalidade do meu corpo. Era tipo um snorkel. E quanto mais cobertor em cima de mim, mais eu me sentia protegido. Era tipo um redoma que impedia as coisas ruins de me tocarem, de puxarem o meu pé.

Dormi vários anos assim. Todas as noites.

Pois bem, eu cresci e o pior já passou. Porém não vou mentir, a minha relação com o escuro ainda tem certos resquícios negativos. Vez ou outra eu aperto o passo para sair logo do ambiente. Mas tá tranquilo. Demorou para eu conseguir dormir com a luz apagada sozinho em casa. Superei todos esses medos que eu tinha. Fato.

Mas agora, eu não vejo mais fantasmas. A única coisa que eu imagino são caminhantes brancos. Essa porra ficou muito séria agora.

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Fim do mundo

Quando o aquecimento global se intensificar, as calotas polares derreterem, os furacões atingirem o agreste nordestino, o Oceano Atlântico alcançar a Chapada dos Veadeiros, nesse momento não haverá Coxinhas ou Petralhas. Existirá apenas um povo lutando contra a Mãe Natureza ferida e implacável.

– Fujam para montanhas!!!
– Mas aqui não há montanhas. Apenas morros em forma de baleia!! Responderemos desesperançosos.

Seremos como Lannisters e Starks durante a invasão dos caminhantes brancos. Seremos como baratas e escorpiões após a dedetização residencial. O que enxergávamos como problemas eram apenas distrações. O que realmente importava, não era discutido com a importância merecida.

A única coisa a se fazer será escolher qual tipo de morte será morrida. Ou será matada? Afinal, somos nós que estamos cavando a nossa própria cova. Somos nós que cutucamos essa nobre onça com vara curta incrustada de monóxido de carbono.

– Não temos montanhas, mas temos cavernas!!

Que bom, voltaremos à nossa origem. Fecharemos o ciclo.

Haverá selfies no fim do mundo?

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