Bodes expiatórios

Minha cabeça é uma loucura, uma incoerência. Quero mudar o mundo sem ao menos resolver os meus problemas internos, os meus conflitos.

Inconscientemente, externo as minhas angústias, frustrações, culpando tudo e todas pela percepção desfavorável que tenho da realidade. Logo, tenho de mudá-los. Afinal, eles são os responsáveis por tudo. Não reconheço minha parte nesse processo, não reconheço os meus erros, nem ao menos os identifico. Se não os identifico, como poderei refletir sobre eles e mudar o meu próprio comportamento?

Portanto, o mais fácil, o único caminho possível, é mudar os outros. Os seus comportamentos, as suas lógicas, os seus modos de produção, os seus meios de comunicação.

Não consigo perceber que para poder mudar os outros, mudar a realidade, tenho primeiro que me conhecer, tenho primeiro que me curar.

E segue o jogo.

bode

About Hugo De Marco

Hugo De Marco tem 34 anos mas parecer ter 28. Além de humilde e impaciente, é servidor público de profissão, historiador por graduação e são-paulino de coração. Ama a sua noiva e seus dois filhos (um ainda no forno). Além disso, também gosta de café, semear ironias, metáforas e, claro, a discórdia. Sempre teve as suas piores notas em Redação (por volta de 9,0). Apesar disso, com o tempo começou a estabelecer uma relação de amor com a escrita, chegando até ao ridículo de se referir em 3ª pessoa. Ansioso por natureza e palhaço por opção, foi votado como o mais comunicativo da 4ª série, ocasião em que falava merda no fundo da sala no intuito se autopromover. Pegou vício pela coisa e agora está aqui.
This entry was posted in Reflexões. Bookmark the permalink.

Leave a comment